"Democracia é escutar as pessoas e chamá-las a decidir, não só no período eleitoral, mas criar processos participativos, é escutar as demandas populares para buscar convertê-las em medidas de governo. Vamos aproximar os programas do governo do presidente Lula das pessoas. Cada ministério tem os seus programas e vamos levar esses vários programas para os territórios, conversar com as pessoas e criar processos participativos de decisão" Guilherme Boulos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República
O
ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, foi o convidado
do Bom dia, Ministro desta terça, 25 de novembro. Durante a entrevista com
profissionais de rádios e portais de várias regiões, ele detalhou o programa
Governo na Rua, que vai percorrer dezenas de cidades nos próximos meses para
aproximar políticas públicas da população. Boulos também enfatizou a urgência
na regulamentação do trabalho de transporte individual e entregas realizadas
por aplicativos e plataformas digitais, assim como uma revisão da escala 6 x 1
para trabalhadores.
De
acordo com o ministro, a ideia do Governo na Rua é promover escuta ativa,
diálogo social e divulgação direta de programas sociais, para ampliar a
presença do governo nos territórios, facilitar o acesso às iniciativas federais
e fortalecer, assim, a democracia.
“A
democracia tem que ser exercida permanentemente. Democracia é, também, votar a
cada quatro anos, mas tem que ser mais que isso. Democracia é escutar as
pessoas e chamá-las a decidir, não só no período eleitoral, mas criar processos
participativos, é escutar as demandas populares para buscar convertê-las em
medidas de governo”.
O
Governo na Rua vai ter início, segundo o ministro Boulos, já em dezembro e com
programação em todas as Unidades da Federação. “Vamos iniciar justamente aqui
no Distrito Federal, no Sol Nascente, uma das maiores favelas do Brasil. Fica
na região de Ceilândia, aqui na capital federal. E lá, não é só um processo de
escuta, vamos aproximar os programas do governo do presidente Lula das pessoas.
Cada ministério tem os seus programas e vamos levar esses vários programas para
os territórios, conversar com as pessoas e criar processos participativos de
decisão”, explicou.
ESCALA
6X1 — O ministro
também abordou durante a conversa a urgência de uma revisão da escala 6x1, que
prevê apenas um dia de descanso por semana. “Estamos falando de milhões de
trabalhadores e trabalhadoras que ficam seis dias da semana trabalhando e tem
um único dia de descanso – que nem sempre é no fim de semana. Isso é
importante”, disse Boulos.
Para
ilustrar a dinâmica nas rotinas das famílias, o ministro citou como exemplo um
depoimento que ouviu de um profissional que trabalha nessa escala. “Outro dia
fui jantar com a minha esposa e minhas filhas e um garçom me abordou e falou
que o único dia de folga dele é na terça, dia em que a esposa está no trabalho
e os filhos na escola. ‘O único dia que posso ficar em casa, não vejo minha
família.’”, relatou.
A
jornada é alvo de críticas por provocar desgaste físico e emocional e reduzir o
convívio familiar. O tema integra as iniciativas do Governo do Brasil para
melhorar a qualidade de vida e as condições laborais dos trabalhadores
brasileiros.
“Um
dia por semana não é suficiente para a pessoa cuidar dos seus, conviver, às
vezes cuidar da casa, resolver um problema, descansar, estudar. Não dá. Esse é
um tema de interesse nacional, dos trabalhadores. Eu não acho que devia ser
tratado como tema de embate de esquerda-direita, governo-oposição. Devia ser um
tema nacional, de defesa do direito da maioria do povo”, defendeu o ministro.
APLICATIVOS — O ministro afirmou ainda que a
regulamentação do trabalho por aplicativos, um novo marco legal para serviços
de transporte individual e entregas por plataformas digitais, foi orientada
pelo presidente Lula a ser tratada com prioridade pela Secretaria-Geral da
Presidência. “São 3 milhões que trabalham por aplicativo, às vezes 10
horas por dia em cima de uma moto, uma profissão que é de risco, porque tem
muitos acidentes de moto. Será que é justo que só pelo papel de intermediação
tecnológica as empresas de aplicativos abocanhem uma fatia gigantesca de cada
viagem? Eu não acho que é justo, o presidente Lula também não acha justo, acho
que tem muitos deputados do Congresso que também não acham”, declarou Boulos.
GARANTIA
DE DIREITOS — A
medida defendida pelo Governo do Brasil prevê maior segurança jurídica e
condições mais transparentes para a categoria. “Esse trabalhador precisa ter um
direito, um piso para equilibrar a balança de ganho, um seguro, uma previdência
para garantir condições. Tenho conversado muito com motoristas e entregadores e
precisa ter transparência no algoritmo”, argumentou Boulos. “O presidente Lula
me deu essa missão e vamos criar um grupo de trabalho na Secretaria-Geral e
vamos acompanhar a Comissão Especial na Câmara, com o relator e o presidente,
tenho conversado com eles e tenho sentido boa disposição deles. Também estou
trabalhando em conjunto com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que
tem essa pauta desde o início do governo. Acho que vai dar certo e vamos ter
boas notícias em breve, para os motoristas de Uber e para os entregadores de
aplicativos”, finalizou.

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