Membros
da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Feira) e da Igreja Católica,
através da pastoral carcerária, se reuniram nesta quinta-feira (26) com o
diretor do Presídio Regional de Feira de Santana, José Freitas Júnior, para
debater melhorias na unidade penal, que recebeu a visita das instituições. A
reunião acontece três semanas após um confronto que resultou em três mortes, no
dia 7 de janeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA),
seis pessoas ligadas aos crimes no presídio foram identificadas e autuadas em
flagrante.
Durante
a reunião ocorrida na sede administrava do presídio, o diretor da unidade
penal, José Freitas Júnior, anunciou uma das primeiras medidas, que começa a
valer a partir desta quinta-feira (26). A proibição da entrada de visitantes
com sacolas plásticas. Só será permitida a entrada com sacolas de papel. O
gestor explicou que a medida foi tomada após discussões com o Tribunal de
Justiça da Bahia. De acordo com Freitas, as sacolas plásticas eram utilizadas
para fazer artesanalmente itens como 'terezas' e cordas. Duas mortes
registradas em 7 de janeiro foram por decapitação, usando cordas.
"Os visitantes entenderam que a medida foi necessária a ser tomada e hoje foi o primeiro dia das visitas. Todos entenderam e estão vindo com a sacola de papel. Essa sacola depois de finalizada a visita, será recolhida e retirada da unidade", explicou Freitas.
O arcebispo emérito de Feira de Santana, Dom Itamar Vian,
representou a Igreja durante a reunião. O líder religioso disse que para a
Igreja o objetivo da reunião foi debater modelos para colaborar na formação,
orientação religiosa, humana e social dos presos e das presas. Dom Itamar
defendeu a possibilidade de visita aos presos, com a confecção de uma carteira
de identidade especial para acesso. O religioso avaliou como excelente a
recepção da ideia.
"Evidentemente que não é responsabilidade da igreja
resolver problemas internos do presídio regional de feira como em outros
presídios mas nós devemos dar a todo entendimento religioso, humano aos presos
sabemos que o criminoso deve pagar pelo crime praticado o agressor merece ser
corrigido, mas dentro da lei, do princípio de justiça e também dentro do
respeito à vida humana. Sabemos também que o modelo prisional ele não está
alcançando suas penalidades. E isso vamos buscando juntos outras alternativas,
modelos alternativos", disse Dom Itamar.
O presidente da OAB Feira, Raphael Pitombo, também esteve
presente e disse que as resoluções e ideias discutidas serão levadas ao
conhecimento do governo do Estado. O advogado disse que OAB e Igreja são duas
instituições de credibilidade e que o cenário de mudança de governo é propício
para sensibilizar o estado sobre a situação do presídio. "Principalmente
no que tange a quantidade de agentes. O efetivo de agentes é muito aquém da
população carcerária. A ideia é buscar melhorias para unidade, para os próprios
agentes que já trabalham aqui e também para os presos, levando em consideração
os direitos humanos", salientou Pitombo.
Após a reunião, os presentes visitaram os pavilhões e foi
observado o que já é conhecido por todos: um excesso de detentos, acima da
capacidade permitida da unidade. Segundo Raphael Pitombo, "essa grande
população carcerária impacta diretamente na segurança e na prestação dos
serviços por parte de todos aqueles que trabalham na unidade prisional de
Feira".
Ainda de acordo com o presidente da OAB Feira, na
audiência pública que será realizada nos próximos dias "espera-se contar
com a participação dos secretários de Administração Penitenciária e da Justiça,
bem como de outros representantes do Estado, para buscar soluções para os
problemas existentes".
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