Além da utilização de um helicóptero do Grupamento Aéreo (GRAER), o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, determinou hoje (30), em Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, que a Polícia Militar reforçasse mais o patrulhamento na cidade, diante dos atos de vandalismo realizados por grupos de criminosos, em represália a atuação policial, na busca do bandido Rivaldo Freitas Oliveira, o “Maicão”, fugitivo do complexo policial local e que assassinou, com quatro tiros, o soldado PM Luís Cláudio Dias dos Santos, 48 anos, no último sábado.
Quatro guarnições da CIPE/Mata Atlântica, duas da CIPE/Cacaueira, uma da CIPRv/Tático Ostensivo Rodoviário de Itabuna, uma da Companhia de Emprego Tático (CETO) do 15º BPM/Itabuna e uma da RONDESP/Ilhéus foram deslocadas para o município, que contarão com o apoio de 30 policiais civis, que irão agilizar investigações e possíveis prisões relacionadas aos atentados.
A ampliação do policiamento visa à restauração da ordem e a tranquilidade no local. Na manhã desta quarta-feira, Porto Seguro sofreu com atos de vandalismo e tumulto, com ônibus incendiados e depredados. “Quem souber a localização do traficante André Márcio de Jesus, o ‘Buiú’, ou de outros comparsas envolvidos nessas ações criminosas, podem denunciar através do telefone 181”, conclamou o secretário.
Barbosa viajou para Porto Seguro ao lado do delegado-geral, Hélio Jorge Paixão, e do subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Eleutério Filho, dentre outras autoridades, no início da tarde de hoje (30), com o objetivo de acompanhar mais de perto o trabalho policial.
Descoberto esquema montado para facilitar fuga
As equipes da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Eunápolis) e da 1ª Delegacia Territorial de Porto Seguro descobriram o esquema montado para facilitar a fuga, no último sábado (26), do assaltante Maicão. Quatro pessoas foram presas e um homem, identificado como “Joel Chaveiro”, está sendo procurado. No dia da fuga, o preso Erion Messias dos Santos alegou estar passando mal na carceragem da 1ª DT de Porto Seguro para atrair os policiais até o xadrez. Dois investigadores foram socorrê-lo e, no momento em que um deles abriu a cela, foi rendido por Maicão, com um revólver calibre 38. O outro policial, também rendido, teve a arma roubada pelo assaltante, que fugiu atirando. Na portaria da delegacia, o PM Luís Claudio percebeu a ação e sacou a arma, mas foi atingido pelo fugitivo.
Um homem em uma motocicleta preta já esperava Maicão para lhe dar fuga. Outros presos que vinham atrás voltaram para as celas assim que o tiroteio começou, temendo serem atingidos. Apesar de socorrido, o policial militar acabou morrendo.
Erion, que alegou estar passando mal naquela noite, foi interrogado e afirmou ter sido obrigado por Maicão – cuja arma chegou através de sua mulher Kelly Santos de Jesus, custodiada na ala feminina – a participar da farsa. A polícia já ouviu Kelly, que indicou outras duas presas, “Gorda” e “Edileuza”, como também responsáveis pela arma haver chegado a Maicão.
Em conjunto
Ambas foram interrogadas e confessaram ter agido em conjunto para repassar uma encomenda (um saco de chá, entregue por uma mulher de prenome Tina) para o criminoso. Apesar do peso, disseram não saber que no saco continha um revólver 38. A arma teria sido repassada para as presas por uma abertura na grade de ventilação que dá acesso ao pátio. Gorda e Edileuza foram autuadas em flagrante e vão responder por participação na morte do soldado. A polícia localizou Tina e uma suposta namorada de Maicão, apelidada de “Mari”.
Maicão fora preso logo após assaltar a faculdade onde Mari estuda e fazer uma mulher refém. O envolvimento apura a participação de Mari no assalto, uma vez que as investigações apontam que ela pode ter fornecido detalhes sobre a rotina daquele estabelecimento de ensino. Ela negou fazer parte do esquema para libertar Maicão, embora fosse delatada por Tina, que afirmou ter se encontrado com ela e “Joel Chaveiro” para organizar a ação. Chaveiro teria ficado responsável por conseguir a arma, enquanto Mari providenciaria um veículo para a fuga.
Na última terça-feira (22), Tina e Beto foram até a porta da delegacia e a mulher ficou observando a movimentação na unidade, enquanto Chaveiro entregava o revólver utilizado na fuga a uma das presas pela abertura da grade de ventilação. Tina também confessou ter ficado na porta da delegacia e dado o “ok” a Chaveiro, que avisou a Maicão por celular sobre o momento ideal para o início do plano que resultaria na fuga.
Tina e Mari tiveram as prisões preventivas decretadas e se encontram custodiadas na carceragem da unidade policial. Joel Chaveiro, que mora num sobrado no bairro Baianão, em Eunápolis, ainda está foragido. Tina disse ter aceito participar do esquema por R$ 200, que seria paga por um comparsa de Maicão, conhecido pelo apelido de “Betão”. A polícia realiza buscas na localidade conhecida como “Matinha” desde a noite de sábado, mas não logrou êxito na captura de Maicão.
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