Prefeitura de Feira de Santana

Empresários, advogados, policiais, delegatários e corretor são presos por grilagem de terras e lavagem de dinheiro

 

A Polícia Civil da Bahia realizou, às 12h de quarta-feira (26), uma coletiva de imprensa para apresentar detalhes da Operação Sinete, que desarticulou um grupo criminoso envolvido em fraudes fundiárias, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro em Feira de Santana.

A operação cumpriu 47 mandados de busca e apreensão, resultou em sete prisões e determinou o bloqueio judicial de valores, que pode chegar a até R$ 6 milhões por CPF e R$ 60 milhões por CNPJ dos investigados. Empresários, advogados, policiais, delegatários e corretores estão entre os presos por mandados de Prisão Temporária. Também foram apreendidos veículos, dinheiro, joias e documentos ligados ao esquema criminoso.



A delegada Arislene Almeida, do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), disse que inicialmente tiveram informações tanto de testemunhas quanto de vítimas de que tinham os seus terrenos invadidos por uma organização criminosa estruturada em três núcleos.

“Então, a existência de indícios nesse sentido, desde inicio da nossa investigação, composto por empresários, advogados, delegatários, por policiais civis, policiais militares, agentes públicos de forma geral, que trabalham justamente com essa finalidade de invadir essas terras, de coagir as vítimas, de extorquir, para conseguir essas terras e posteriormente fraudar matrículas, como se fossem os proprietários de fato daquele imóvel, daquele terreno. Temos relatos de vítimas a partir de 2013. Não quer dizer que não tenham informações anteriormente, nós temos os relatos de 2013, 2015”.

A delegada continua – “Desenvolvemos também no contexto da nossa investigação interceptações telefônicas, e interceptação telemática, exclusivamente com a finalidade de substanciar ainda mais as informações que tínhamos. Os veículos apreendidos, podem ter sido comprados como forma de lavagem de dinheiro. Eles (envolvidos) utilizam da prática criminosa e uma forma de disfarçar essa atuação, acabam realizando lavagem de capitais. Pois, há grande possibilidade dos veículos que foram apreendidos nessa operação de hoje, 12 automóveis, 3 motos, são fruto justamente da prática delituosa”, explicou a delegada Aeislene Almeida.

A Operação

A Operação Sinete desarticulou, nesta quarta-feira (26), um grupo criminoso responsável por fraudes documentais, grilagem de terras e lavagem de capitais em Feira de Santana e municípios vizinhos. A ação integra medida cautelar deferida pelo Poder Judiciário, que autorizou o cumprimento de 47 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão temporária. Até o momento, sete pessoas foram presas.



Durante as diligências, foram apreendidos doze carros, duas motocicletas, dinheiro em espécie, joias e diversos documentos. O sequestro judicial de valores e bens também foi determinado, com bloqueio autorizado de até R$ 6 milhões por CPF e R$ 60 milhões por CNPJ dos investigados.

As apurações conduzidas no âmbito do inquérito instaurado pela Polícia Civil, através do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) identificaram uma estrutura formada por servidores de cartórios de registro de imóveis, empresários, advogados, corretores de imóveis e agentes de segurança pública. O conjunto probatório aponta para um sistema de falsificação e manipulação de documentos públicos e judiciais, com uso indevido de procurações, certidões e decisões judiciais para apropriação clandestina de propriedades. Em alguns casos, houve emprego de coação, violência e porte irregular de arma de fogo.

A investigação avançou a partir de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, análises financeiras, diligências de campo e correições administrativas, o que permitiu reunir elementos suficientes para o deferimento das medidas. Também foi determinado o afastamento cautelar de servidores públicos suspeitos de participação no esquema.

A operação contou com o apoio da Força Correcional Especial Integrada (FORCE), da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, da Corregedoria da Polícia Civil da Bahia e da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça da Bahia. As medidas foram executadas de forma simultânea, garantindo a preservação das provas e a segurança dos agentes. As investigações seguem para delimitar responsabilidades, identificar possíveis novos envolvidos e localizar o oitavo investigado com mandado de prisão expedido.

 

 

 

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