A presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, Eremita Mota (PP), fez uma grave denúncia durante a sessão plenária desta quarta-feira (3), relatando ter sido vítima de agressão verbal e ameaça física a mando de um vereador da Casa.
Em um discurso emocionado, Eremita relatou que, ao término de uma sessão, foi cercada por cinco servidores que a impediram de sair do plenário, amedrontando-a. "Eles disseram que, caso fizessem alguma coisa comigo, seria preso e logo estaria solto", contou.
A edil explicou que foi ameaçada pelos servidores, a mando do vereador:"Me deixaram dentro do círculo, e disseram: 'a senhora não vai sair daqui. Eu disse, por quê? Ele disse, 'olha ali pro lado'. Quando eu olhei pro lado, o vereador estava muito alterado e ia partir para cima de mim, eu não ouvi palavras deles, mas as pessoas que me cercaram ouviram.
Eremita destacou a necessidade de respeito e valorização da mulher na sociedade, criticando veementemente o ocorrido. "No século XXI, estamos falando constantemente sobre o respeito e a valorização da mulher, combatendo todas as formas de agressão. É inadmissível que isso aconteça dentro da Câmara", afirmou.
A presidente também mencionou a intervenção providencial do vereador Pastor Valdemir (PP), que permaneceu no local após o término da sessão, algo incomum para ele, e ajudou a conter a situação. "Acredito que ali houve a mão de Deus. O Pastor Valdemir é um homem muito contrito e acredito que ele foi direcionado por Deus naquele momento para evitar o pior", disse.
A parlamentar feirense revelou que pretende tomar providências legais sobre o caso, alertando a justiça de Feira de Santana sobre o ocorrido. Ela expressou sua preocupação com a segurança, mas reafirmou seu compromisso com a liberdade e a transparência. "Tudo que você esconde pode te prejudicar no futuro. Eu gosto da liberdade. Nós temos que ser livres, principalmente as pessoas honradas e lícitas", declarou.
Sobre a atuação da corregedoria da Câmara, Eremita criticou a falta de ações efetivas por parte do órgão, que segundo ela, não cumpre suas obrigações de forma adequada. "A corregedoria da Casa faz parte do grupo do governo. Quando pedimos para fazer alguma coisa, geralmente não há interesse. Eu já li várias vezes aqui, cumpro a obrigação de corregedor. Na próxima legislatura, isso precisa ser revisto com muito critério", concluiu.
A vereadora saiu escoltada pela polícia na última sessão da quinta-feira (27), no dia do ocorrido, e nesta quarta (3), também a polícia aguardou que a vereadora saísse para acompanha-la.
Fonte: Jornal Folha do Estado
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