A Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito policial que resultou no indiciamento de cinco pessoas envolvidas com a morte da líder quilombola Maria Bernardete Pacífico, ocorrido em agosto deste ano, na associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Um sexto envolvido foi
indiciado em um segundo inquérito, também concluído pelo DHPP. Os procedimentos
foram encaminhados para a Justiça na quinta-feira (9).
De acordo com as
investigações, dois executores, dois mandantes, um partícipe e um sexto
envolvido, que guardou as armas utilizadas no crime e que deu apoio na fuga de
um dos atiradores, foram identificados como responsáveis pela morte da vítima,
cuja principal motivação foi à retaliação de um grupo responsável pelo tráfico
de drogas naquela região. Os cinco primeiros foram indiciados por homicídio e o
sexto por posse ilegal de arma de fogo, em outro inquérito policial.
Desde o início das
investigações, aproximadamente 80 oitivas foram realizadas e 20 medidas
cautelares foram solicitadas e deferidas pelo Poder Judiciário. Também foram
analisados 14 laudos periciais, entre os quais os que confirmaram que as armas
apreendidas foram de fato utilizadas no crime. Além de reconhecimento dos
autores por parte das testemunhas, a autoria também foi confirmada por meio da
confissão do executor, que apontou o mandante e a motivação.
Dinâmica das ações criminosas
Conforme apurado, a motivação do crime teve início com a
insatisfação de um morador do quilombo com a reprimenda de Bernadete Pacífico
acerca da exploração ilegal de madeira praticada por ele naquela região. O
homem instigou o crime e auxiliou os executores na ação delituosa.
Ele enviou áudios aos líderes do tráfico, informando que a
vítima estaria acionando a polícia para desarticular eventos suspeitos, em um
bar na comunidade Pitanga dos Palmares, na área quilombola. Com as informações,
um criminoso acusado de liderar o tráfico na região ordenou a morte de Mãe
Bernadete aos executores.
O partícipe também facilitou a entrada dos autores no imóvel.
Após o crime, um dos envolvidos facilitou a fuga de um dos atiradores e guardou
as armas utilizadas no homicídio.
Entre os seis envolvidos, dois encontram-se com mandados de
prisão em aberto e, portanto, foragidos. Outro teve a prisão solicitada ao
Poder Judiciário. O executor ainda não localizado é fugitivo do sistema
prisional e tem condenação por homicídios cometidos em Simões Filho e Madre de
Deus.
Diligências continuam no sentido de localizar os foragidos. Para
colaborar, a população pode fornecer informações sem precisar se identificar,
para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ligando 181.


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