Quatro ônibus com 170
trabalhadores baianos que eram submetidos ao trabalho semelhante à escravidão
chegaram em Feira de Santana, na manhã desta segunda-feira (27). No total 18
ficaram no município - 16 deles são feirenses. Outros são das cidades vizinhas
Serrinha e São Sebastião do Passé.
Os trabalhadores saíram da
cidade Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, onde eram submetidos às condições
precárias de trabalho. Alguns relatos citam violência física, jornada de
trabalho exaustiva e choques elétricos em vinícolas onde atuavam nas colheitas
de uva e carregamento da fruta.
Após dois dias e meio de
viagem até Feira, o grupo - homens na faixa etária de 18 a 57 anos - estavam evidentemente cansados e ansiosos. No
município desceram no posto da Polícia Rodoviária Federal, na BR 116/Sul. De lá
foram levados para o Centro Temporário de Acolhimento à População de Rua, onde
foram realizados os primeiros atendimentos e ofertada alimentação.
"Também vamos
disponibilizar atendimentos psicológicos, acesso a assistência à saúde, à
educação e inclusão em benefícios sociais", afirma o secretário municipal
de Desenvolvimento Social, Antônio Carlos Borges Júnior. Para isso, os
trabalhadores serão ouvidos para expor os demandas.
O acolhimento aos
trabalhadores foi através de ação conjunta entre o Município, a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), Ministério do Trabalho e Emprego (MPT), e órgãos do
Estado.
"De imediato todos os
trabalhadores vão receber seguro desemprego no valor de três salários mínimos e
verbas rescisórias. O MPT vai propor ação civil pública contra as empresas e o
MPF vai propor ação crime", afirma o coordenador de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo, da Secretaria de Justiça
e Direitos Humanos, Admar Fontes Júnior.
Situações
de violação dos direitos humanos podem ser denunciadas pelo Disque 100.
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