No mês em
que se celebra a campanha “Agosto Lilás”, instituída para promover uma
conscientização pelo fim da violência contra a mulher, o Hospital Geral
Clériston Andrade (HGCA), através do sistema de informação da Vigilância
Epidemiológica (VIEP/HGCA), apresenta dados alarmantes de mulheres vítimas de
diversos tipos de violências atendidas na unidade. A campanha Agosto Lilás, faz
referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, instituída pela Lei nº 11.340,
de 7 de agosto de 2006, que neste ano completou 16 anos.
Conforme
evidencia os dados, de janeiro a 10 de agosto do corrente ano, o HGCA notificou
e investigou 203 casos de violência, sendo que 142 casos (70%) foram violência
contra a mulher. Lamentavelmente, 80% sofrida por mulheres solteiras, onde 60%
dos casos ocorreram em domicílio. Os cônjuges correspondem a 15% das agressões,
12% estão relacionadas a namorado (a), 5% ex-cônjuge e 3% por ex-namorado. No
mesmo período do ano passado 204 mulheres deram entrada na unidade vítima de
violência.
Segundo
Gerusa Che, coordenadora da VIEP/HGCA, os números mostram que 35% dos casos de
violência contra a mulher estão associados a autores com algum tipo de vínculo
emotivo com a vítima. “Em relação ao tipo de violência praticada, 100% dos
casos notificados e investigados tiveram como informação a prática de violência
física, seguida de 51% de espancamento, 26% violência psicológica, 15% uso de
arma de fogo, 9% corresponderam a mulheres vítimas de enforcamento, 8%
relataram uso de objeto contundente e 6% sofreram violência sexual. 9%
relataram outras formas de violência como assédio, tortura e uso de substâncias
quentes. Isso reafirma que a violência à mulher é um problema social e de saúde
pública que requer aprimoramento das ações de combate a essa prática”, afirmou
Che.
Para
chamar a atenção para o problema, várias ações estão sendo realizadas no HGCA
alusivas à Campanha Agosto Lilás, tais como rodas de conversa, palestras,
eventos educativos sobre o assunto, promovendo o acesso ao conhecimento e
orientações aos usuários, familiares e acompanhantes que buscam o serviço
social, com distribuição de fitas da cor lilás, orientações e informações
passadas oralmente.
Para
encerrar às atividades, será realizada uma Roda de Conversa, nesta
quinta-feira, 25 de agosto, no auditório do HGCA, que contará com a presença do
juiz titular da Vara de Violência contra a Mulher de Feira de Santana, Dr.
Wagner Ribeiro e Dra. Clécia Vasconcelos, delegada titular da Delegacia de
Atendimento Especializado à Mulher (DEAM). O Evento está sendo organizado por
representantes de vários setores da unidade tais como: Nathalia Menezes,
Coordenadora do Setor Jurídico do HGCA; Gabriel Salles, assessor jurídico do
HGCA; Laila Nogueira (Coordenadora do Setor de Psicologia) e Rosângela Adorno
(Coordenadora do Serviço Social). A ação com o apoio do Grupo de Trabalho
Humanizado (GTH) do HGCA. Na oportunidade haverá sorteio de brindes e dia de
beleza.
Como funciona o fluxo de
atendimento
Segundo
Rosângela Adorno, coordenadora do Serviço Social do HGCA, quando confirmada à
situação de violência feminina, às vítimas são encaminhadas pelo setor à Rede
de Proteção às Mulheres em Situação de Violência. “No HGCA temos um fluxo
específico para este tipo de atendimento: a mulher é recebida incialmente pelo
setor de classificação de risco, onde é feito o acolhimento e logo em seguida é
encaminhada para serem prestados os cuidados clínicos e ou cirúrgicos
pertinentes, é feita também a comunicação da situação ao Serviço Social e a
Psicologia”, disse Rosângela.
Vale
ressaltar que culturalmente nem toda mulher que chega ao HGCA aceita falar
sobre a violência sofrida e desta forma não confirma a agressão doméstica ou
familiar. “Nossa equipe faz abordagem respeitando a privacidade desta mulher,
realiza escuta qualificada, e muitas vezes só conseguimos acessar essa mulher,
com abertura de agirmos e encaminharmos à rede, quando ela aponta o risco de
morte ou reconhecem a violência, daí aceita o nosso apoio. É de nossa
responsabilidade preencher a Ficha SINAN (Sistema de Informação de Agravos de
Notificação) e realizar os encaminhamentos pertinentes para a Delegacia da
Mulher (DEAM), Centro de Referência de atendimentos à Mulher (CRAM), Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), dentre outros. Todas as
mulheres têm direito a uma vida sem violência, este é um desafio cotidiano do
nosso trabalho como assistentes sociais”, concluiu.
Fonte:
ASCOM/HGCA

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