Laudo
da Polícia Científica do Paraná identificou que pelo menos 13 tiros foram
disparados durante o confronto que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT,
Marcelo Arruda, na sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu. O documento
descartou ainda que o assassino do petista, o agente penal federal Jorge
Guaranho, tenha tido o carro atingido por pedras atiradas por Arruda, como
constava no depoimento à polícia da mulher do agente penal.
Conforme o laudo de 32 páginas, que foi anexado ao processo na
sexta-feira, 25, foram encontradas na Associação Recreativa e Esportiva Saúde
Física (Aresf), local da festa, 13 estojos de arma ponto 380, além de um estojo
de arma calibre ponto 40. No entanto, a Polícia Científica não identificou
quais cartuchos foram utilizados pela arma de Guaranho e quais teriam sido
disparados por Arruda.
Arruda foi morto no dia 9, quando celebrava 50 anos em uma festa com o
tema PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme a denúncia do
Ministério Público Estadual no Paraná (MP-PR), o agente penal, simpatizante do
presidente Jair Bolsonaro (PL), teve acesso a imagens de câmeras de segurança
da associação e foi até a Aresf, onde parou o carro em frente ao salão onde
ocorria o aniversário de Arruda com o som alto com uma música que exaltava o
presidente.
Conforme testemunhas, ele ainda começou a gritar "mito",
"aqui é Bolsonaro" e iniciou uma discussão com Arruda - eles não se
conheciam. O guarda municipal então atirou terra em Guaranho, que estava no seu
veículo com a mulher e o filho de 3 meses. O laudo da Polícia Científica cita
ter encontrado "sujidades" no banco dianteiro esquerdo e direito; no
assoalho; na coluna de direção; no painel; no difusor de ar lateral esquerdo;
console da porta dianteira direita; e região esquerda do banco traseiro.
O documento contraria o depoimento da mulher de Guaranho, que afirma que
seu marido havia sido atingido por pedras sair do local, deixá-la em casa e
voltar para a Aresf, onde já chegou atirando. Conforme a mulher do assassino,
ele teria se sentido "humilhado".
Após Guaranho efetuar disparos, Arruda revidou e, mesmo ferido, atingiu
o agente penal com quatro tiros. Na semana passada, a Justiça aceitou a
denúncia e tornou o agente penal réu, por homicídio duplamente qualificado. O
MP-PR apontou diferenças político-partidárias como motivador do ataque contra o
petista. Para a Promotoria, a morte de Arruda ocorreu por motivo fútil - a
outra qualificadora foi colocar a vida de mais pessoas em risco.
O agente penal está internado em um leito
de enfermaria do Hospital Costa Cavalcanti, após deixar a UTI. Ele está sob
custódia policial, pois teve a prisão preventiva decretada. Ele está consciente
e foi intimado pela Justiça sobre a denúncia acatada pela 3.ª Vara Criminal de
Foz do Iguaçu, tornando-o réu no caso.

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