Mais de 1,5 milhão de
procedimentos estéticos são realizados no Brasil todos os anos, de acordo com
dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Mas, aliar as expectativas
a um resultado que se aproxime ao máximo do sonho desenhado, procedimentos como
uma cirurgia plástica, por exemplo, precisa ir além do centro cirúrgico, a fim
de que todo o planejamento pensado pelo profissional e paciente resulte em
satisfação e êxito. Para isso, a fisioterapia no pós-operatório é essencial
para a plena recuperação do paciente que, conforme a fisioterapeuta Sidiara
Castro, especialista em dermatofuncional e em pós-operatório de cirurgias
plásticas, em muitos casos, já pode iniciar o tratamento ainda no próprio
hospital ou clínica onde o procedimento for realizado.
Além de contribuir para a
diminuição de sintomas de dor e dos níveis de inchaço, o tratamento visa
restabelecer os movimentos do membro operado, além de prevenir a contratura
muscular e a rigidez articular. O que muita gente não sabe é que a fisioterapia
pode ser empregada tanto em procedimentos ortopédicos, quanto em qualquer tipo
de pós-operatório. No caso da cirurgia plástica, ou outro tipo de procedimento
cirúrgico, o início precoce da fisioterapia pode significar uma reabilitação
mais rápida e com grande possibilidade de menos dor.
Sidiara salienta a importância
do profissional fisioterapeuta ser o responsável por essa reabilitação no
pós-operatório, uma vez que se trata de alguém que trabalha com o movimento.
“Só ele, somente o fisioterapeuta está habilitado a fazer isso, nenhuma outra
profissão”, ressalta a especialista que lamenta o fato de muitos cirurgiões
ainda resistirem em indicar a fisioterapia imediatamente após o procedimento.
“O problema é que muitos pacientes chegam ao nosso consultório de forma tardia.
Na verdade, quanto mais precoce o paciente inicia esse tratamento, mais rápido
eu consigo devolver as funções daquele tecido. Nós atuamos quando autorizados
pelo médico, que tem no fisioterapeuta capacitado um aliado para o êxito de sua
cirurgia”, frisa a fisioterapeuta.
A fisioterapia no
pós-operatório se faz muito necessária, principalmente, para pacientes que
foram submetidos a procedimentos invasivos. Esse tratamento, que visa à
recuperação de movimento, entre outros benefícios, é amplamente realizado após
cirurgias ortopédicas e de trato venoso como, por exemplo, a de varizes também.
O mesmo é válido para pacientes que sofreram algum tipo de amputação e no lugar
do membro foi colocado algum tipo de prótese; a rinoplastia; cirurgias em
mamas; abdominoplastia, enfim, todo e qualquer pós-operatório.
É importante salientar,
portanto, que ao pensar a fisioterapia no pós-operatório não necessariamente se
está falando de drenagem, o que ainda povoa o imaginário de muitos pacientes.
“São muitos os pacientes que chegam até a mim precisando de muitas coisas,
menos de drenagem. Nosso papel junto ao cirurgião também é esclarecer para esse
profissional o que podemos alinhar ao trabalho dele no pós operatório para o
êxito também de seu trabalho. Não é só drenagem. Cuidados com a cicatriz, com
os movimentos do paciente, seu conforto, com edemas. As terapias manuais que
são muito importantes. As próprias contenções de forma correta, tudo isso é
fundamental para um pós operatório exitoso”.
Como informou Sidiara Castro,
todo o acompanhamento necessário pode ser iniciado ainda no centro cirúrgico e
continuado na residência do paciente, ou em uma clínica especializada, durante
um período pré-determinado pelo médico e pelo próprio fisioterapeuta. É importante,
como ressalta a fisioterapeuta, que todo o processo fisioterapêutico do pós
operatório seja comunicado ao cirurgião. “Essa parceria é fundamental até mesmo
para assegurar a esse profissional que a recuperação está acontecendo da forma
esperada”. Também faz-se necessário lembrar que a excessiva ausência de
movimento no pós-operatório pode resultar na paralisação da circulação
sanguínea, podendo causar quadros de edema e dor. Em casos mais graves, a
pessoa poderá sofrer uma trombose, sobretudo os pacientes mais idosos. Além do
mais, a musculatura poderá se encontrar mais fragilizada, com grandes chances
de atrofiamento. Por sua vez a pele fica enrijecida e pouco flexível,
prolongando assim o tempo da reabilitação, por isso, é fundamental que a fisioterapia
seja iniciada o quanto antes em todo pós operatório.


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