O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, disse que os grevistas se preparam para um embate. "A movimentação está diferente e também estamos nos preparando".
A liberação da entrada de mantimentos e medicamentos para os amotinados, que tinha sido concedida nesta terça, foi suspensa hoje. Idaci Vasconcelos, mulher de PM acampado, tentou levar os remédios para o marido, que é hipertenso e já sofreu dois infartos, mas foi barrada.
A todo momento, chegam mais reforços para as tropas federais. A chegada de viaturas com PMs em serviço ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) para ajudar na força tarefa de desocupação do Parlamento desagradou os manifestantes. Helicópteros também sobrevoam a região.
Não há informações de novas mesas de negociação entre o governo e os grevistas.
Houve um princípio de confronto nesta manhã, quando homens do Exército mudaram a posição das cercas que estão ao redor do Parlamento.
Nesta madrugada, foi cortada a energia do Parlamento até as 0h30. No mesmo horário, aconteceu um buzinaço na Avenida Paralela. Não há confirmação da participação de PMs no protesto na Avenida.
Proposta - O governador Jaques Wagner voltou a reforçar a proposta apresentada aos grevistas em entrevista a uma emissora de televisão nesta manhã. A oferta é de reajuste de 6,5% retroativo a janeiro e o pagamento partilhado da GAP IV e V entre 2012 e 2015 com a primeira parcela em novembro deste anos.
"Fizemos um esforço muito grande para garantir a GAP IV a partir de novembro. Essa despesa (GAP IV e V) representa mais de R$ 170 milhões, é parte significativa do orçamento. Agora eu só posso esperar que cada policial entenda que o estado tem um limite e não fruste a população da maior festa popular do mundo (o carnaval)", argumenta Wagner.
Aspra - Prisco disse que o fim da greve dos Policiais Militares (PMs) caberia somente ao governador Jaques Wagner. "A greve pode acabar em até 1 hora, só depende do governador. Basta ele assinar nossas reivindicações".
Prisco explica que a prioridade da categoria é a revogação dos mandados de prisão expedidos pela Justiça em nome de alguns PMs grevistas e anistia administrativa para todos os policiais que participaram do movimento. "Se for provado (a participação de PMs em atos ilícitos), cabe a Justiça dar a resposta a sociedade (punindo os policiais)".
A categoria também quer a reintegração dos policiais que foram exonerados após a greve em 2001. "Queremos que o governo dê o direito de reintegração aos policiais que conseguiram isso pela lei. Já ganhei isso em todas as instâncias, inclusive no pleno do Tribunal de Justiça. Também fui anistiado pela lei federal 12.191, sancionada por Lula (ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva) e até hoje o governo não cumpriu a lei federal", argumenta Prisco. Além dele, outros cinco PMs aguardam a reintegração.
Baixa - Mais um PM deixou o acampamento nesta madrugada, totalizando oito desistências entre os manifestantes. Esse número não inclui as crianças que saíram do acampamento após determinação do Ministério Público.
Na saída, por volta de 2h50, o policial militar baiano, que tinha uma pistola na cintura, foi identificado pelos militares do Exército e teve a mochila revistada. Tudo sob a supervisão de agentes da polícia federal. Ele não quis falar com imprensa e foi correndo até o próprio carro.
Dois novos barracões (grandes tendas) foram montados pelo pessoal de Exército nos canteiros (central e lateral), em frente à AL-BA, ainda de madrugada. Uma espécie de “gabinete”, com cadeiras, mesa e quadro com mapa, e outro para abrigar todo o lixo produzido no entorno, incluído o do pessoal da imprensa.
Informações e foto do Atarde Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário