Bandidos utilizam motocicletas de 50 cc para crimes

Marcelo Marques: “Notamos que os bandidos estão tendo preferência por essas motocicletas, em razão da falta de documentação estadual”

O delegado Marcelo Marques, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Feira de Santana afirmou para a reportagem que os bandidos estão utilizando motocicletas de 50 cilindradas, (Shineray e Track), para cometerem assaltos, tráfico de drogas e homicídios.

“Notamos que os bandidos estão dando preferência por essas motocicletas, em razão da falta de documentação estadual e da ação de um órgão regulador, como Departamento de Transporte do Estado da Bahia (DETRAN). Eles estão roubando essas motocicletas, falsificando a nota fiscal, que é o único documento delas. Numa blitz, os policiais pedem apenas a nota fiscal. Então, eles a apresentam e ficam circulando normalmente pela cidade”.

Marcelo afirmou ainda que os policiais têm dificuldades na identificação dessas motocicletas de 50 cilindradas nas ruas, em razão de os veículos não serem cadastrados no órgão regulador, o Detran, e não possuir placa de identificação.

Seis motocicletas recuperadas pela polícia

FALTA DE EQUIPAMENTO

Ainda segundo um investigador da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), a falta de habilitação e de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) causam perigo não só àquele que está pilotando, mas a toda sociedade de forma geral, que são vítimas daqueles que agem de modo ilegal, infringindo a legislação vigente.

“Pode-se concluir que a suposta ilegalidade se dá por culpa daquele que adquire a motocicleta e aceita o risco de pilotar o bem sem habilitação e equipamentos de proteção. Mas, não é só o consumidor o único responsável. Os fabricantes deste tipo de motocicleta são os maiores responsáveis pela disseminação de irregularidades e infrações ao Código de Trânsito Brasileiro, uma vez que têm ciência de que estas motocicletas não se enquadram no conceito de “ciclomotor”, que são aqueles que a legislação permite, ainda que de forma omissa, a não apresentação de habilitação e equipamentos de proteção”, afirma o investigador.

De acordo com o investigador da DRFR, o que agrava ainda mais este tipo de ocorrência é o fato de a maioria dos condutores desses veículos não usar capacetes – instrumento de segurança obrigatório, segundo o inciso II do artigo 244 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Não bastasse a falta de uso do capacete, a maioria dos condutores de motocicletas de pequenas cilindradas também não possui a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) tipo A – que habilita seu portador a conduzir veículos motorizados de duas rodas.