
William Fernandes de Moraes, 19, autor do assassinato do aposentado alemão Hans Friedrich Karl Zeltner, ocorrido no último dia 12, no apartamento da vítima, na Barra, foi capturado ontem (30) por investigadores da 14ª Delegacia, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz titular da 17ª Vara Crime, Francisco de Oliveira Bispo. A vítima, 65, manteve por três anos um relacionamento com o assassino.
Segundo o delegado Nilton Tormes, titular da 14ª DP, William permaneceu cerca de dez dias escondido na residência de um tio, no município de Itaberaba. Retornou a Salvador no último dia 24, quando se apresentou à delegada plantonista Nívia Argolo, que preside o inquérito, acompanhado por um advogado.
O mandado judicial foi cumprido por volta de 13h30min de ontem, na Travessa Mangabeira, bairro Cosme de Farias, onde o ex-companheiro do alemão reside em companhia dos pais e nove irmãos. O delegado geral, Joselito Bispo da Silva, apresentou William à imprensa hoje (1º) às 11 horas, no auditório do prédio da Polícia Civil, na Piedade.
Latrocida
Indiciado por latrocínio pela delegada Nívia Argolo, William Moraes deixou a capital no dia posterior ao crime, levando vários pertences subtraídos do apartamento de Hans Friedrich, a exemplo de um cofre contendo correntes de ouro, documentos pessoais e Euros. Ao ser preso pela equipe do Serviço de Investigação da 14ª DP, o latrocida declarou ter abandonado o cofre num matagal na Avenida Bonocô e vendido as peças em ouro. O cofre foi recuperado esta tarde, no local indicado pelo criminoso.
Na semana passada os investigadores apreenderam na casa da família de William, em Cosme de Farias, 345 Euros roubados do aposentado estrangeiro, também conhecido como John, e que há 15 anos fixou residência em Salvador. Ele custeava as despesas do latrocida e ex-companheiro desde que este tinha 16 anos de idade, segundo apurou a polícia.
Hans Friedrich rompeu o relacionamento poucos dias antes de ser assassinado por não concordar que William consumisse drogas. Embora separados, a vítima permitiu que o rapaz pernoitasse no dia 12 de novembro em seu apartamento, onde no início da noite, foi encontrada morta, apresentando uma lesão contundente com afundamento de crânio.
Premeditação
“William premeditou o crime”, afirmou o delegado Nilton Tormes, lembrando que os policiais encontraram dentro de um guarda-roupa no quarto do apartamento do alemão um botijão com uma faca cravada na válvula, permitindo que o gás escapasse, bem como um fogão na cozinha com as quatro bocas abertas. William também havia quebrado duas lâmpadas e deixado o filamento intacto.
Ao perceberem um forte odor de gás exalando do apartamento do alemão, moradores do prédio acionaram a polícia e o Corpo de Bombeiros, que providenciou a imediata aberta de portas e janelas para que o gás dissipasse. Segundo os bombeiros, caso alguém atendesse uma ligação telefônica num celular dentro do imóvel ou acionasse os interruptores das lâmpadas quebradas poderia ocorrer uma explosão, danificando inclusive apartamentos vizinhos.