Dois policiais militares e uma advogada de Feira de Santana estão os presos na operação Skywalker, deflagrada nas primeiras horas desta quarta-feira (30). A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual ligada ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas de fogo.
No
total, foram cumpridos 17 mandados de prisão, sendo 12 pessoas presas somente
em Feira de Santana, além de 27 de busca e apreensão em Feira, Salvador, Lauro
de Freitas, Muritiba além de Brasília (DF), Mato Grosso do Sul e Rio Grande do
Norte. Duas pessoas foram presas em Brasília, duas em Lauro de Freitas e uma em
Salvador.
Segundo
a Polícia Civil, as ações do grupo tinham como base principal a cidade de Feira
de Santana, sendo o bairro Queimadinha, um dos principais pontos operacionais.
Além disso, a organização mantinha ramificações no Rio Grande do Norte e no Rio
de Janeiro.
Em
coletiva de imprensa, o Delegado geral da Polícia Civil, André Viana, salientou
que foram bloqueados R$ 84 milhões, sendo R$ 34 milhões em nome de pessoas
físicas investigadas e R$ 50 milhões vinculados a empresas de fachada. Também
foram apreendidas drogas avaliadas em R$ 90 mil.
“A
descapitalização do financeiro dessas organizações é uma grande meta da gestão,
ou seja, enfraquecer as organizações criminosas, em específico, o tráfico de
drogas através do bloqueio de valores. Nós representamos à Justiça um bloqueio
de mais de R$ 84 milhões, e esperamos angariar esses recursos para que sejam
utilizados no enfrentamento à criminalidade. Foram aproximadamente 40 armas
apreendidas. Essas ações ocorrem às vésperas da Micareta, para que tenhamos um
evento mais tranquilo. Para que o cidadão feirense e outros que chegam possam
desfrutar de uma festa com mais tranquilidade. Ontem nós fizemos a apreensão de
drogas, de equivalente a quase R$ 90 mil em drogas.”
O
diretor do Draco, Fábio Lordello, informou que também foram presos nesta
operação dois empresários, donos de lojas de munição.
“Entre
os policiais militares que foram presos, um era lotado em Feira de Santana,
outro está na reserva e é bem conhecido na região. Mais dois policiais
militares sofreram busca e apreensão, mas não foram objeto de prisão, mas
estamos ainda apurando. Temos um longo período de apuração e vamos ainda
delinear a participação desses outros dois policiais militares, como também se
há outros agentes do estado envolvidos. A advogada fazia ordens de pagamento
com esse fluxo de capital. Nós tivemos entre os presos também empresários de
Salvador do ramo de loja de munição, foram presos o proprietário e a esposa”,
informou.
Segundo
ele, a investigação teve início após serem identificadas movimentações
suspeitas, com um grande fluxo financeiro, entre a advogada e o grupo
organizado. Ela movimentou, em contas pessoais, mais de R$ 6,8 milhões. As
análises financeiras demonstraram relações suspeitas com diversas lideranças do
grupo, o que reforça a estrutura organizada e profissional da atuação
criminosa. Já o policial militar da reserva é apontado como elo entre os
fornecedores de armamentos e os membros da organização criminosa.
“Nós
identificamos uma rede que atuava na comercialização de armas de fogo e era
vinculada também ao tráfico de entorpecentes. A partir daí, começamos com a
investigação que foi deflagrada na data de hoje. Durante o processo
investigativo nós identificamos muito fluxo financeiro entre um advogado e esse
grupo organizado do tráfico de drogas e também das pessoas envolvidas neste
comércio irregular de arma de fogo. Dos policiais militares que estavam
envolvidos e foi pedida a prisão temporária de todos. Havia uma ligação entre
eles, no sentido de que o tráfico de drogas adquiria armas desse grupo. Isso
nos chamou a atenção. E a importância dessa operação é que neste período de
Micareta estamos tirando de circulação armas de fogo e consequentemente
preservando vidas. O segundo passo foi a descapitalização, porque uma
organização criminosa só se combate dessa forma”, destacou.
Ainda
conforme a Polícia Civil, uma das investigadas do grupo foi capturada no
aeroporto de Brasília, com apoio da Polícia Federal. Ela havia embarcado no Rio
de Janeiro, cidade onde residia, no Complexo do Alemão. A suspeita atuava
diretamente na coordenação das atividades ilícitas do companheiro, considerado
o chefe do grupo, que, mesmo custodiado em um presídio federal, continuava
dando ordens à quadrilha com apoio direto da mulher.
Participaram
desta operação mais de 200 policiais civis, com o apoio de unidades
especializadas como Draco/DF, Draco/MS, Delegacia Regional de Corumbá/MS,
FICCOs da Bahia e do Rio Grande do Norte, FORCE, além do Exército Brasileiro. A
ação é coordenada pela Rede Nacional de Unidades Especializadas de
Enfrentamento às Organizações Criminosas (RENORCRIM), evidenciando o esforço
integrado das forças de segurança no combate ao crime organizado no país.





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