Oito policiais militares e a ex-prefeita do município de Ibicoara,
Sandra Regina Gomes Vidal, estão sendo investigados por grave ameaça contra
dois policiais federais que apuravam compra de voto no município. A denúncia
foi feita no dia 19 de outubro e recebida pela Justiça Federal três dias
depois. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) na Bahia, todos os
denunciados já são réus no processo.
Os dois agentes da Polícia Federal cumpriam diligências, em 2011, para
interrogar os moradores da cidade para instruir inquérito policial sobre compra
de votos em benefício do atual deputado federal, Edson Pimenta, ex-companheiro
da ex-prefeita Sandra Regina. Os moradores teriam recebido cestas básicas no
ano de 2010 em troca de votos para Edson Pimenta.
Na época, Sandra Vidal avisou sua filha e chefe de gabinete, Tayin Lua
Vidal Pimenta, sobre a investigação, que acionou os PMs para impedir as
diligências dos agentes federais. Tayin Lua também avisou os ex-servidores da
prefeitura Natal Neto Luz e João Santos Reis e o vereador do município de
Anagé, Igor Leonardo Oliveira Macário. Os três seguiram o carro dos policiais
federais para facilitar a localização, avisar os militares e acompanhar a
abordagem.
Mesmo com a identificação da PF no carro, os agentes foram abordados por
oito policiais militares que ordenaram que os dois recolheram suas armas e
saíssem com as mãos para cima. O veículo federal foi revistado enquanto os
agentes tinham armas apontas para suas cabeças. Ainda de acordo com o MPF,
durante todo a ação os PMs fizeram repetidas e graves ameaças, inclusive de
morte.
Os agentes chegaram a questionar os nomes dos militares, mas eles se
recusaram a falar. Os PMs Joselito Domingos Cruz, Eliomar Ferreira Lemos, Marco
Antonio Miranda Nascimento, Lindinei Ribeiro Andrade, Alécio Marques de
Andrade, Robério Bispo Braga, Francisco Vitoria Moreira e Francisco Jesus de
Souza foram reconhecidos pelos agentes federais posteriormente. Ainda de acordo
com o MPF, o ex-servidor João Santos, que acompanhava a ação, ainda declarou
falsamente ser policial civil.
Todos os envolvidos no processo são acusados por crime de coação no
curso do processo. Se condenados, os réus podem ficar presos de um a quatro
anos, além de terem decretada a perda do cargo ou função pública. Por se passar
por um policial, João Santos Reis também pode ser condenado pelo crime de falsa
identidade e pegar de três meses a um ano de cadeia ou multa.
As informações são do Correio.
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