O governador Rui Costa reiterou,
durante a reunião do Comitê Executivo do Pacto Pela Vida, nesta quarta-feira
(21), que vai questionar formalmente a metodologia do Diagnóstico dos
Homicídios no Brasil ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O
levantamento foi elaborado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública
(Senasp), do Ministério da Justiça, e atribui à Bahia a primeira posição entre
os estados com maior número absoluto de homicídios no ano de 2014.
Segundo o governador, o documento será
encaminhado, ainda esta semana, ao Ministério da Justiça e à Presidência da
República. A Secretaria da Segurança Pública da Bahia classifica, inicialmente,
qualquer morte com sinais de violência como homicídio, exceto em casos
especiais, que contabilizaram, em 2014, 4,6% do total de registros. Em outros
estados brasileiros, grande parte das ocorrências é computada como 'mortes a
esclarecer'.
No ano utilizado como referência pelo
levantamento do Ministério da Justiça, base do no Sistema Nacional de
Informações de Segurança Pública (Sinesp), o Rio de Janeiro apontou 4.610
homicídios, contra 4.925 'mortes a esclarecer', o que corresponde a 51% do
total de 9.535 mortes violentas.
Na Bahia, nesse mesmo ano, foram 5.468
homicídios contra 290 'mortes a esclarecer'. A transparência nos dados enviados
pela SSP/BA deixou a Bahia à frente do o Rio de Janeiro, mesmo com 3.777 mortes
a menos. Minas Gerais e São Paulo nem registraram no Sinesp as 'mortes a
esclarecer' em 2014, mas em 2013, Minas computou 4.095 homicídios e 1.886
mortes sem esclarecimento (30% do total), o que revela a tendência do estado no
tratamento dessas informações.
“Os critérios para que uma ocorrência
seja tipificada como morte a esclarecer são claros, mas é nítida a distorção
dessa categoria em alguns estados. Continuaremos divulgando nossos dados com
transparência, independentemente da posição que a Bahia ocupe no ranking
nacional de homicídios. O que pedimos ao Ministério da Justiça é que seja
adotado um critério único para todos os estados, pois os resultados continuarão
sem refletir a realidade de cada região, não contribuindo, de forma efetiva, na
construção de políticas de Segurança Pública”, pontuou Rui Costa.
"Não se pode fazer um estudo, uma
análise de dados, se as bases são distintas. Não há como comparar estados que
apresentam critérios diferentes", reforçou o secretário da Segurança
Pública, Maurício Barbosa.
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