Durante uma operação das policias civil da Bahia e do Rio
de Janeiro conseguiu prender na madrugada desta quarta-feira (12), Caio Silva
de Souza, 23 anos, no interior da Pousada Gonçalves, localizada na rua
Comandante Almiro, Centro de Feira de Santana, nas proximidades do Terminal
Rodoviário.
O Delegado-Chefe da Polícia Civil da Bahia, Hélio Jorge
contou que foi solicitado pelo Delegado, Mauricio do Rio de Janeiro, que é
presidente do inquérito, para dar um apoio a prisão do acusado de ter soltado o
rojão que matou o cinegrafista da Band no Rio de Janeiro.
“Montamos a equipe do Centro de Operações Especiais
(COE), que combinou ontem durante a madrugada a localização e a identificação
positiva da pessoa, que já foi recambiada justamente para o local onde foi
pedido o seu Mandado de Prisão, opnde irá responder ao processo”.
“A informação que temos, é que o acusado estaria em
transito, indo para o outro estado (Ceara) e parou aqui e manteve contato com
seu advogado. Com o trabalho de inteligência policial, que faz o acompanhamento
dessas ações, nos deu esse ponto de referencia e nos apoiamos para a prisão”.
O acusado trabalha como auxiliar de limpeza de uma
empresa prestadora de serviço do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na zona
oeste do Rio.
Investigação
Investigação
O delegado Maurício Luciano, que conduz as investigações, disse que levou uma foto do suspeito para Fábio Raposo, que está à disposição da Justiça, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele reconheceu o autor do disparo. Os dois vão responder por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar –, pelo uso de artefato explosivo, e pelo crime de explosão. Se condenados pelos crimes, a pena pode chegar a 35 anos de prisão.
O
Atentado
A explosão – ocorrida durante confronto entre a PM e
manifestantes – foi registrada por fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de
vigilância instaladas nas proximidades da Central do Brasil. Após a divulgação
das imagens, Fábio Raposo se apresentou à polícia e disse ter passado o rojão
ao homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista. No depoimento na
17ª DP (São Cristóvão), o rapaz afirmou não conhecer o suspeito de lançar o
rojão em meio à manifestação contra o aumento da passagem de ônibus.
Caio
Confirma
Em entrevista rápida à TV
Globo, ainda na delegacia de polícia em Feira de Santana (BA), Caio Silva de
Souza disse, em voz baixa, que acendeu o rojão que atingiu e matou o
cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes."Acendi sim",
balbuciou ele em resposta à pergunta da jornalista. Andrade foi atingido
durante um protesto contra a alta da tarifa de ônibus, no Rio, dia 6.
Depois, o acusado afirmou que
teve muito receio de ser assassinado. "Fiquei com medo de me
matarem". Ao ser perguntando quem poderia matá-lo, limitou-se a dizer:
"Pessoas".
Caio Silva de Souza disse na
entrevista que, embora tivesse aceso o artefato explosivo, desconhecia seu
poderio. "Nem sabia que era um rojão", disse, acrescentando que pensava
trata-se de um "cabeção de nego".
O acusado não apresentou ao
delegado Maurício Luciano, presidente do inquérito, a mesma confissão
transmitida pela emissora. Segundo o policial, ele não quis prestar declarações
a respeito do crime.
Em conversa informal com
repórteres de emissoras de TV, Caio lamentou a "morte de um
trabalhador", como ele própio, sua mãe e seu pai. Ele foi preso na Bahia
nesta madrugada.
Prisão
Caio foi detido por
volta das 3h da madrugada desta quarta em um hotel na cidade baiana de Feira de
Santana (a 100 km de Salvador). Ele foi levado ao Rio pela em um voo
convencional e chegou ao Aeroporto Internacional do Rio às 8h40.
Caoi foi levado para a Cidade
da Polícia (Jacaré, zona norte), onde o delegado da 17ª Delegacia de Polícia
(DP), Maurício Luciano de Almeida, responsável pela prisão na Bahia, concedeu
entrevista coletiva.
Nome
Falso
O auxiliar de serviços Caio Silva de Souza, de 22 anos, preso
sob suspeita de acender e soltar o rojão que matou
um cinegrafista da TV Bandeirantes em um protesto no Rio de Janeiro na
semana passada, teria usado um nome falso para se hospedar na pousada
Gonçalves, perto da rodoviária de Feira de Santana (BA), onde ele foi preso na
madrugada desta quarta-feira (12). A informação é Ergleidson de Jesus Moreira,
recepcionista do estabelecimento.
Segundo Ergleidson, o
suspeito se identificou como Vinícius Marcos de Castro e usou dinheiro para
pagar a hospedagem. "Ele chegou sozinho ontem [terça-feira] à tarde. Ele
pagou a diária de R$ 30 à vista, em dinheiro, e foi para o quarto, de onde
quase não saiu", relata o recepcionista.
Ergleidson afirma que nenhum
hóspede chegou a desconfiar do suspeito, que só deixou o quarto uma vez para
atender uma ligação.
"Ninguém o reconheceu.
Eu só o vi em um momento, quando um homem ligou para a pousada dizendo que era
irmão dele, perguntando o nome com que ele se identificou. Essa pessoa disse
que estava chegando a Salvador e vinha para cá e que era para reservar seis
apartamentos. Aí eu passei a ligação para ele", diz.
O funcionário conta ainda que
Caio estava tranquilo e que não chegou a levantar suspeitas. "Ele estava
calmo o tempo todo. Por volta das 2h, a polícia chegou aqui e fui eu que
atendi. Já vieram com toda informação e decretaram voz de prisão. Nenhum
hóspede saiu dos seus apartamentos e a ação durou de 10 a 15 minutos. Depois eu
fui pesquisar na internet e vi quem era", conta.
Segundo outro funcionário do estabelecimento, Marcos
Paulo Costa dos Santos, responsável por registrar a entrada do suspeito na
pousada, ele não apresentou documento de identidade. "A gente só exige
quando é menor de idade. Quando é maior, se não tiver, a gente deixa",
acrescenta.
Manifestante
Recebe Dinheiro
O
advogado Jonas Tadeu, que defende Caio Souza e Fábio Raposo, indiciados pela
morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, disse que jovens pobres recebem
R$ 150 por cada manifestação para praticar atos de vandalismo. De acordo com o
advogado, em entrevista à Globo News TV, ônibus iam buscar jovens moradores de
áreas pobres para participar dos protestos.
Jonas
Tadeu também afirmou que há partidos políticos envolvidos no esquema de
financiamento. No entanto, Jonas não deu mais detalhes ou disse a fonte da
informação, mas acrescentou que há um esquema de pirâmide e que os pagamentos
eram feitos por ativistas.
— Quando
esses jovens chegam às manifestações, têm outras pessoas que os entregam
rojões, máscaras e equipamentos.
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